Faltando pouco mais de um ano para o fim da minha graduação
(sim, ano que vem serei oficialmente um jornalista), só me vem uma coisa na
cabeça: preciso de um intercâmbio!
Eu não sei porque, mas eu gosto de assistir filmes para
ficar olhando as ruas e as cidades onde são feitas as gravações. Há algum tempo
eu comecei a assistir o seriado “Unbreakble”, a série é “super” infantilizada e
patética, mas se passa em New York, e resolvi assisti-la só para olhar a cidade
e sua cultura. É um jeito de viajar de casa sem sair do sofá. Às
vezes jogo no buscador da Netflix apenas o nome da cidade ou país só para que
me venham sugestões de filmes destes locais. Meu último final de semana foi uma
longa maratona do programa “O Mundo Segundo os Brasileiros”. Viajei Dubai,
Espanha, Califórnia e Londres... ah, Londres!!!
Sabe aquele momento que tudo o que você precisa é viajar?
Viver algo novo em um lugar diferente? Conhecer outra cultura e “se virar” para
fazer uma simples compra de supermercado? É disso que eu tô falando, e é isso
que eu preciso. Mas, como faz? E agora, produção?
Fazer um intercâmbio não é tarefa fácil pra classe operária
brasileira. Ainda que nossa queridíssima presidanta e mama monster, Dilma, diga
que eu sou classe média, é quase impossível pra mim, fazer um programa de
estudo e trabalho em outro país.
Venho pesquisando valores de cursos em diversas agências no
Brasil and around the world, e a resposta é quase assente: uma média estimada
em R$ 35 mil reais para fazer uma viagem de estudos por cerca de seis meses, ou
menos.
Quando que um pobre universitário, sonhador, e vítima do
salário mínimo brasileiro poderá participar de um programa como este? É
babélico e um enorme paradoxo.
Parece que no Brasil seu dinheiro não vale o que você quer,
ele vale o que você precisa.
O atual sistema do mercado brasileiro não me dá alternativas
próprias a não ser usar meu infeliz salário em um aluguel, alimentação mensal
no mercado, contas de água e de luz, transporte, e alguns pares de roupas.
Qualquer coisa almejada, além disso, não é possível. Aliás, é possível sim, mas
para isso tenho que revogar das minhas necessidades básicas, diminuir na
refeição, me mudar para um quarto de pensão, e trocar a faculdade privada pelo
espaço de um balcão de bar no horário noturno para complementar a renda.
Ou tentar uma vaga no programa Ciência Sem Fronteiras, e
disputar com 300 mil pessoas algumas poucas vagas.
No entanto, eu ainda tenho vontade de fazer um intercâmbio.
Sabe aqueles dias que você precisa ir para bem longe e começar do zero? Pois
é...
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Talvez tudo isso seja saudade de uma época que eu viaja muito, e não fazia conta
de como era gostoso. Talvez eu nunca mais viaje para canto algum, e tudo isso seja só
uma maneira de me sentir longe. |
Alexander Cesar
Um paulistano aspirante a jornalista. Bilíngue, social media e heavy user. Amo blogs, redes sociais, celular e quase nunca assisto televisão.Eu penso tanta coisa que seria egoísmo não dividir isso com alguém.
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