“Aguenta um pouco mais, já tá acabando”, “desistir agora é
burrice”, “nossa, você já tá no final”.
Essas são algumas das frases que me dizem quando penso tomar
uma nova empreitada na minha vida. Há três semestres de concluir a faculdade de
Jornalismo eu já me sinto derrotado pela profissão. Onde está aquele universitário
que entrou na sala de aula no primeiro ano e disse que queria mudar o mundo?
Será que é tão difícil assim?
As pessoas estão o tempo todo consumindo jornalismo, seja
ele noticioso, de entretenimento, literário, audiovisual, político, etc... Mas
por que é tão difícil conseguir um bom emprego nessa área?
Por que eu devo dedicar mais um ano e meio da minha vida
para chegar ao fim da graduação se uma grande porcentagem me diz que eu não
terei um bom emprego? E não estou dizendo em trabalhar na Globo, SBT, CNN ou
esses veículos nacionais que são “o sonho americano” dos estudantes e
recentemente entraram na pauta das demissões em massa.
Eu estou falando em morar numa região com 300 mil habitantes
e não ter um veículo regional com potencial para tranquilizar os jornalistas
que vivem na região. A questão é que até existe veículos de comunicação
regionais por aqui, mas são compostos por um ou dois jornalistas que vendem
seus espaços para as prefeituras e fazem da profissão um outdoor publicitário do
poder público local. E com o dinheiro certo, contato, nem pense em pedir
emprego porque “quanto maior a equipe, menor é o lucro”.
Pra onde vai toda a motivação em ser jornalista? Me sinto
parte das demissões em massa da Editora Abril ou Folha de S.Paulo, mesmo sem
fazer parte do quadro de funcionário deles. Talvez seja um aviso que é hora de
parar e poupar um ano e meio de minha vida tentando fazer algo que realmente dê
dinheiro.
Tudo isso é um paradoxo, já que muitos irão dizer que é
precoce da minha parte ter essas conclusões sem ao menos terminar a
universidade. Talvez seja mesmo. Talvez eu esteja exagerando. Talvez seja o
cansaço. Melhor parar por aqui.
Alexander Cesar
Um paulistano aspirante a jornalista. Bilíngue, social media e heavy user. Amo blogs, redes sociais, celular e quase nunca assisto televisão.Eu penso tanta coisa que seria egoísmo não dividir isso com alguém.
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